terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Oração Amamos algo na rua onde moramos, nossas famílias, alguns do nossos propósitos esquecidos Amamos a vida que vai nos escolhendo e no cenário escuro das nossas insensatezes, Amamos sem querer, tantas vezes sem poder, porque dizemos que amamos, amamos porque parece que amamos e porque poderia ser bom amar. Amo se você me amar, se me ensinar direito o caminho até mim Amamos como o analfabeto que quer aprender a ler e ainda sofre envergonhado na conjunção das letras (mas sonha! ), Amamos pouco no espelho e ainda mais em olhos alheios: mas pensando bem, não posso afirmar, por que ainda confundo bem as duas coisas. Amamos tudo o que vai fenecer e esquecemos todos os dias de olhar o mar Amamos o breve e a bem breves passos do amor Amamos alguma coisa em abraços, onde, em braile emocional, chegamos a compreender alguma coisa de amor E sempre acho que sim, que poderiamos amar Por isso, peço todos os dias – e ainda mais nestes dias tão sombrios - a aquele que sabe mesmo amar, que vive tão longe e tão perto, que não desista de nos ensinar Por favor.

sábado, 17 de setembro de 2016

Ô rio São Francisco: hoje eu e quase todas as minhas amigas nos sentimos assim, meio que estamos todas viúvas. Viúvas daqueles sem beleza exata, mas de palavra certa. Viúvas não de provedores, porque a maioria de nós desempenha muito bem este papel: somos viúvas de companheirismo, de conversas, de escutas, da palavra honrada (quem se lembra disso?), viúvas de sermos percebidas e respeitadas como mulheres. Somos hoje as viuvinhas do cavalheiro, que, ainda de que cabelos brancos, tivesse coragem, firmeza, amasse a arte, a natureza, e, no fim do dia, nos tirasse pra dançar. Viúvas da doçura e da humildade que faz um belo homem se vestir de palhaço e ser feliz fazendo os outros felizes.Viúvas, posso falar? viuvinhas de virilidade, de hombridade, que atavicamente ainda atribuímos a traços rudes, voz grossa e a ombros largos. Mas eu alerto: já vi esta característica, a esquecida hombridade, na miudeza de Ghandi, no velho e cansado olhar de Bernie Sanders (aliás, #Feelthebern). E sim, estamos viúvas de homens que tenham menos convicção e mais substância. Ah, a substância! a velha substância abolida pelas figurinhas infames de facebook, pela absoluta ausência de leitura e compaixão (não extamente nesta ordem), pela rede globo, entre outros parças do esquemão. Mas retomando a nossa coletiva e confessa viuvez, estamos bem viúvinhas de mais esperança, viúvas, também, de um país que se despedaça em meio a figurinhas infantis e power point lidos por engravatadinhos, os quais o meu pai chamaria sem cerimônia - e com muitas provas, porque era um excelente advogado - de "piás de bosta". Engraçado... parte o grande artista quase no mesmo dia em que a verdade e democracia também morreram afogadas em juvenil convicção. Todos prematuramente. Ô rio São Francisco...

sábado, 11 de junho de 2016

Não coma seu coração.... E aí a gente levanta cedo, sem ter dormido bem, já pensando no próximo minuto, com uma lista enorme para a próxima hora, em tudo que a gente “tem” que fazer, mas aquele cafezinho da manhã é o solúvel, de pé. De repente até rola suco verde, tudo orgânico, mas amargo e mal digerido pelas notícias vomitadas pela tv, pelos primeiros raios de amargura de pressa da manhã. E o dia continua chutando a bunda da gente – dura, flácida, gorda ou magra – a porrada corre solta, e se a gente olhar para trás, bem rapidinho, vê que o pé parece com o nosso mesmo. No canto do escritório, às vezes, a gente vê uma menina com o nosso rosto pedindo chocolate, e a colega do lado oferece uma barrinha de cereal. E é aquela colega que é magra, postou foto em cruzeiro pelo caribe, tem cabelo liso, unhas perfeitas, só come orgânico e cozinha a própria marmita gourmet, e tudo justo na sua frente, que almoçou pastel, tenta há duas semanas fazer a unha do pé e anda sem tempo. E a gente quer seguir o exemplo da colega? quer messssmo comer aqueles bolinhos cafajestes, sem carbo e lactose? Aqueles bolinhos psicopatas, sem respeito pelos nossos problemas? Não, a gente quer mergulhar numa piscina de brigadeiro, a gente quer dar numa banheira cheinha de leite condensado, mas a gente diz, como quem se converte a uma religião: “também vou fazer esta dieta”. E faz. E chora escondido de fome e recebe parabéns pela sua vida cinza sem carbo. E aí um dia, quando você menos espera, quando acha que o pior já passou, tem praticamente uma relação amorosa com um pão francês com manteiga e mortadela e vira amante de um croissant. E é claro, você tem muito: você teeeem que fazer ginástica, você tem que tomar muita água, você tem que tomar suplementos, ter casa limpa, tomar sol nos cotovelos pra ter vitamina D, tomar vitamina D. você tem uma lista enorme e infindáveis exames médicos pra fazer, você tem que amar, casar, você tem que fazer abdominais, você tem que separar, passar filtro solar, você tem saber se maquiar bem, você tem que mandar seus filhos pra Disney e pro intercâmbio, tem que viajar e tirar uma selfie perto da torre Eiffel, você tem que pintar o cabelo, ter bunda pra usar biquíni de lacinho, você tem que ser muuuito divertida, branquear os dentes e é o-bri-ga-da a se divertir, tem que dar opinião - mesmo que saiba porra nenhuma - tem que dizer que está lendo alguma coisa, contra alguma coisa, ter muita coisa. E de repente a gente se vê sem homem, criando os filhos sozinha, chorando em terapia e o que não rolar a culpa é toda sua. E tem dias que a gente acha que trabalha no Afeganistão e que ser mulher é falta grave a ser registrada em ficha funcional.. E de repente você pensa que bem que podia existir consórcio de comida orgânica pra alimentar bem sua prole, sem mais uma culpinha pra acomodar. E parece que não só a sua vida deu em pizza, como você come ela - sobretudo a de rúcula com tomate seco, o que dá uma pegada mais saudável a tudo isso. E aí os pais da gente envelhecem, sem conversar antes, enquanto a gente fica cada vez mais parecida com a mãe da gente ou com aquela tia que engordou. E aí a gente entra na era da transparência e quem nos enxerga, mesmo, com alguma volúpia e consideração, são uma porção média de mini pães de queijo, um sorvetinho, um chocolate ou uma pipoquinha doce de cinema, tudo na segurança e degredo da nossa cama box. E considerando que os defumados, agora, são tão cancerígenos quanto o cigarro, de repente a gente se pega pensando em se matar de forma lenta e extremamente subversiva: fumando um bom bacon. E ai, por fim, dizem pra gente que, desse jeito, o coração da gente não aguenta, que o problema, o problema mesmo, é o que a gente come e que precisa melhorar a alimentação. E aí, um dia, eu reúno sabedoria suficiente pra responder que a gente precisa, precisa mesmo, é parar de comer o coração da gente.

terça-feira, 19 de abril de 2011

De mim, nesses dias......


Tanto tempo sem escrever, e ai vai:
Dois passos para frente, aprendizado, dois passinhos para trás:
Bailinho cruel com as minhas sombras.
Vi e ouvi o U2 ao vivo
Cantei a plenos pulmões, com 90 mil pessoas, os primeiros acordes da minha adolescência.
Fiz a ola!
Ah, e vi tristeza, perda, perplexidade.
Fiz coisas, adiei coisas, pensei, sonhei.
Tive dor nas costas, alongei,
Me senti boa mãe, péssima mãe,
Generosa e egoísta, egoísta, egoísta.
Percebi o absurdo que é não me amar.
Ri , caminhei, descobri coisas com e sobre o meu corpo: que casa é essa onde mora a minha alma, que dá tanta “manutenção”....
Andei orando bastante, muito,
E ando achando que talvez Fernando Pessoa tivesse alguma razão em achar que não há muito sentido nas coisas, só existência....
Estou fazendo bem as minhas unhas, mas corto mal o meu cabelo.
E percebi que tenho um preconceito imenso com gente preconceituosa, tenho vontade de mandá-los todos para um gueto, o que, de minha parte, é terrível, mas estou cansada...
Descobri que quero pessoas, pessoas perto, e que risada é o meu estado natural,
Achei um creme ótimo para tirar o buço, e estou achando as minhas pernas mais fortes.
Eu queria meditar mas a verdade, a verdade mesmo, é que eu não queria.
Compliquei demais para querer as coisas mais simples.
Ando precisando de abraços, mais uma claç jeans, escrever e conversar mais e parei de comer carne vermelha.
Tenho saudades de usar batom vermelho.
Acho que estou ficando um pouco surda, tenho que ir ao oftalmologista e ontem passei horas procurando uma coisa que eu mesma tinha escondido dentro do sutiã...
Estas são as notícias.

domingo, 20 de março de 2011

AUTOANÁLISE

AUTOANÁLISE
Com quarenta
eu ganhei mais pálpebras, buço, graxinhas, dobras, lições, um tantinho de cinismo e outro de paciência, mais um número de calça, mais amorosidade e muitas saudades..
perdi muito do que não custa perder e todas as membranas frágeis da infância...
sinto saudades: do Pedro Bial em prosa e verso, do verão, do meu cabelo comprido, do Henfil, de Jorge Amado, do Vinícius de Moraes, da missa de Santo Antônio, do português antes da reforma, de largatear e de todas as pessoas que sabem o que é isso, das mãos dadas pela primeira vez, do primeiro abraço, do primeiro beijo, das crianças pequenas, do doce de leite da minha avó...
e aprendi somente que custa, custa muito aprender, e que o agora é uma perigosa armadilha que pode acabar em saudade..

domingo, 2 de janeiro de 2011

O nascimento do décimo terceiro

Nada, nada mesmo, como o espírito natalino, quando comemoramos a chegada do bom menino, o décimo terceiro. E eu, como toda cinderella divorciada, participo desta loucura coletiva que oprime o mundo cristão sozinha. Sozinha atravesso estes dias extraordinários quando temos a oportunidade de ver o nosso chefe bêbado cantando - ou gritando - o "menino da porteira", você e todas as mulheres que lhe apareceram. Sozinha enfrentei um shopping lotado, uma fila de duas horas para os meus fihos abraçarem um pobre de um velho cheirando de suor e vestindo roupa papai noel. Confesso que depois da vigésima oitava rifa para ajudar os mais necessitados eu passei grande parte dos últimos dias de trabalho no banheiro, escondida, por isso fechei o ano com todo mundo pensando que eu estou tomando xenical. E teve mais: faxinar a casa, trabalhar até a exaustão para ter alguns dias de folga a mais, torcer para os filhos passarem de ano, pagar contas atrasadas, perambular pelas ruas e supermercados lotados, lutar até por um pedacinho de calçada,agarradíssima à bolsa com medo de ser assaltada. Sozinha eu fiz o que eu jurei o ano passado que nunca mais faria de novo: comprar uma lembrancinha para todos os seus entes queridos, inclusive os que te irritam, principalmente para os que te irritam. Eu, da minha parte, muito imbuída deste espírito cristão extraordinário, celebrei o nascimento do décimo terceiro gastando horrores, comprando muitas utilidades completamente inúteis, roubei um táxi de uma velhinha, fiz um funcionário de uma loja carregar duas quadras uma televisão de LED – que eu ainda não sei como funciona – até o táxi que a tal velhinha estava esperando e não dei gorjeta, ameacei uma atendente da TV a cabo de morte depois de duas horas de espera ouvindo 198 vezes o quanto a minha ligação era importante, discuti com alguns parentes na noite de natal, e estraguei o presente de uma sobrinha que eu tentei abrir com uma faquinha de cozinha, só para ajudar. A ceia, então, é um capítulo a parte, que fica contigo, agarradinha na sua cintura, apegadíssima a você, durante um bom tempo. Todo mundo morrendo de fome, as crianças da família quase chorando por que querem comer para poderem abrir os presentes, mas aquela sua tia velha, a que te dá aquela camisolinha de malha todo ano, resolve fazer uma oração, “para agradecer tudo isso”, todo mundo de mãozinha dada e ela não faz apenas uma oração, mas várias, todas as que ela conhecia, todas mesmo. Legal mesmo foi quando ela orou, bem alto, e fervorosamente, para que Deus fizesse um milagre bem grande, me tirasse “desse abatimento” e me mandasse um marido que me "tirasse dessa vida", adorei. Para me manter nesse clima tão lindo, a blusinha que eu comprei para a minha mãe em quatro vezes, segundo ela, tinha, apenas, três defeitos: o tamanho, a estampa e o modelo, de resto era uma graça. Eu sei que não verei a blusa nunca mais. Houve um pequeno ressentimento na mesa por causa do peito do peru, e agora tenho certeza que eu vou virar vegetariana. As crianças brigaram por causa dos brinquedos,mas a partir desse ponto as lembranças já são meio confusas.Mas a vida segue e para não sobrar nada mesmo do seu décimo terceiro logo vem o ano novo, o tal réveillon. Coisa linda o réveillon! tornar a encontrar todos os histéricos nas filas do supermercado, os entes queridos, tomar aquela cidra espetacular com gosto de rolha doce nas taças que a sua mãe comprou junto com uma revista semanal, ver a sua mãe chorar porque alguém quebrou as tais taças, contar até dez de trás para frente aos berros, prometer o que dificilmente você não vai cumprir e assistir o Prefeito queimar em rojões todinho o dinheiro que você pagou em impostos durante o ano, enquanto todo mundo elogia aqueles desenhozinhos bestas no céu. O ponto forte é o seu cunhado, que,depois de beber todas, ronca de boca bem aberta no sofá, mostrando todo o esplendor de suas obturações. Sim, eu comecei a narrativa destas festas cristãs em torno do décimo terceiro, dizendo que passei tudo isso sozinha. Bom, se o homem lá de cima atender a prece da minha tia velha, provavelmente, muito provavelmente, eu vou dizer que eu sou órfã, que me criei na floresta junto com mogli, o menino lobo, mas não vou querer mesmo companhia em torno das comemorações do nascimento do décimo terceiro. Os meus filhos ainda não têm muita opção, mas estamos trabalhando em uma saída: o mais novo está querendo virar budista e o do meio está disposto a ser circuncidado e se converter ao judaísmo. Eu, mais realista, quarenta e tantos anos depois, pratico a aceitação do inevitável. Que venha o próximo décimo terceiro. Bom ano a todos, inclusive a aquela tia velha e ao cunhado bebão.

domingo, 3 de outubro de 2010

O amor que nos é possível
Eu costumava dizer e pensar no amor romântico como uma fonte já morta para mim. Mas eu havia aprendido nessa encarnação a ver se não com olhos muito superficiais e a minha superfície, nesta ocasião, nada mais era do que a dor do orgulho muitas vezes contrariado. Pensava que o amor era compartimentado, classificável em meus próprios limites. Hoje, ainda, na insipiência do meu ver, as primeiras letras deste aprendizado me permitem perceber que o amor é uma energia só: ama-se o próximo, aos pais, aos filhos, irmãos. O amor é aprendizado, e, como aprendizado, é um desafio, uma música da qual os nossos ouvidos de alma imperfeita só conseguem perceber os primeiros acordes pelos instintos da carne: assim amamos estes perfeitos desconhecidos que são nossos filhos, às vezes nossos irmãos e com tão pouca compreensão aos nossos pais; “porque são a nossa carne, o nosso sangue, o nosso instinto”. Em tantas outras oportunidades na vida nem isso conseguimos: esquecemos os nossos filhos, abandonamos os nossos pais, irmãos, atravessamos a rua ao encontrarmos um irmão em necessidade, nos ressentimos de tudo, de qualquer contrariedade. Neste mesmo sentido, nos apaixonamos e, pensamos, “amamos perdidamente”, porque nosso corpo, nosso instinto, e até mesmo a nossa carência, reclama a necessidade desse outro ser. É que o amor, essa energia tão maior, mesmo em suas mais primitivas manifestações, é poderoso, maravilhoso de se sentir e nós, espiritualmente tão crianças, cegos, ignorantes, queremos receber esse alimento, sem atingir a alegria da troca, e, em um plano mais avançado, da doação. Sinto, neste frio início de primavera, aqui, na minha solitude, que a beleza, o dinheiro, a busca pelo poder, pelo dinheiro, pelo companheiro, pela sensualidade, são buscas - muitas vezes dolorosas - pelo amor, o que de menos conhecemos neste planeta. Queremos ser admirados, enfim amados. No fim, bem lá no fundo, tudo o que queremos, é o amor.
E, voltando ao amor romântico, aquele grandioso, de nossas fantasias, como vivê-lo se não perseguindo a generosidade com todas as criaturas? Outro dia eu li que o nosso querido, e muito amado de Deus, Chico Xavier, em resposta a um pedido de ajuda a uma mulher em crise conjugal, respondeu: trate seu marido como a um filho. Eu, uma mulher “psico-analisada” logo de te pronto rejeitei a história, pensando como, numa relação de homem e mulher, poderia caber a mãe, então não foi contra isso que nos insurgimos nós, mulheres, de sermos reduzidas ao papel de mãe, pensei? Ah, ouvidos imperfeitos de humanos imperfeitos ... insensato coração... Sempre interpretamos com alguma defasagem a linguagem de nossos irmãos espirituais. Sofri mais um bocadinho, senti solidão, insatisfação, padeci fisicamente de energias acumuladas, para perceber que o que nos falava a espiritualidade é do amor, o amor incondicional, do estabelecimento de uma compreensão maior que não tenta moldar quem quer que seja aos nossos quereres e limitados saberes, que concede espaço ao outro para o crescimento, para o seu próprio aprendizado. A todos os irmãos, homens e mulheres, que em tantas fases de nossas vidas, sentem-se sós: amem, vamos aprender a amar, amem seus pais, irmãos, e a todos que o nosso estágio evolutivo de alma permitir, vamos nos preparar e nos adornarmos de muito amor e, de certeza não haverá solidão e muito menos insatisfação. Deixemos o medo um tantinho de lado, porque cada uma dessas experiências, mesmo nas ingratidões e nas amarguras, nos permitem uma resposta mais aproximada da verdade ao “quem sou eu?” Eu, de minha vez, decidi fazer as pazes com o amor, vejo em mim uma alma de quem gosto e que merece evoluir: quero, agora, voltar à escola do amor, sem negar-lhe, em nenhum aspecto, porque desconheço outra possibilidade ou outra oportunidade que não seja esta de evoluir e, quem sabe, nesta longa caminhada que há, para todos nós espíritos, de, um dia, não só ter, mas ser esta vital e ainda inexplorada energia: o tal do amor.